Já se sabe que amamentar faz bem, muito bem, para o bebê. Porém, estudos estão mostrando o quanto a amamentação beneficia também a mãe.
Para o bebê, é fonte de todos os nutrientes que ele necessita para crescer. Ele desenvolve seu sistema imunológico e cria uma relação incomparável com a mãe.
Bebês amamentados têm menos chance de desenvolver doenças respiratórias como asma e alergias. Também diminui os casos de infecção de ouvido. Alguns estudos apontam que bebês amamentados têm QI mais alto.
Para as mamães, o ato de amamentar ajuda na redução do peso ganho na gravidez e reduz o risco de formas de câncer, como de mama e ovários.
Agora, um novo estudo publicado no Journal of the American Heart Association aponta que amamentar faz bem para o coração.
A atividade pode reduzir o risco de ataque cardíaco e derrame. Os efeitos duram até mesmo depois de uma década após o parto.
O estudo envolveu cerca de 290 mil mulheres na China, que deram informações sobre quantas crianças elas têm, se amamentaram e por quanto tempo.
Os pesquisadores acompanharam as mulheres por cerca de 10 anos com foco em situações envolvendo a saúde do coração.
Mulheres que amamentaram seus bebês tiveram um risco 9% menor de ter doenças cardíacas durante o período. Isso na comparação com quem não amamentou.
O efeito benéfico parece ser cumulativo. Mulheres que tiveram mais de um filho e amamentaram todos por dois anos diminuíram em 18% o risco de doenças cardíacas e derrame. Também foram comparadas às mães que não amamentaram.
Os resultados foram expressivos, mesmo depois dos pesquisadores terem combinado fatores como níveis de colesterol, pressão sanguínea, fumo, obesidade e atividade física.
A descoberta somente aponta para uma associação entre amamentar e diminuir riscos de doenças cardíacas. Não quer dizer que mulheres que não amamentam vão obrigatoriamente ficar doentes.
Amamentar faz bem, mas por quê?
Mais pesquisa é necessária para esclarecer a ligação. Mas amamentar pode mudar o metabolismo da mulher, segundo os pesquisadores.
Durante a gravidez, o corpo acumula e redistribui gordura. Esse é um esforço do organismo para que o bebê receba nutrientes e para o corpo da mulher ficar pronto para amamentar.
Mulheres que não amamentam têm reservas metabólicas que não precisam. Isso contribui para o aumento de peso e do risco de arterioesclerose e colesterol alto.
Não é claro se há um período ideal para amamentar para beneficiar o coração. Estudos futuros podem responder a essa questão.
Na China, o tempo médio de amamentação é maior que no Ocidente. As chinesas amamentam por cerca de um ano, enquanto no Ocidente a média é seis meses.
Estudos adicionais podem também esclarecer por quê amamentar faz bem, a partir de estudos sobre glicemia, pressão sanguínea e níveis de colesterol.
Quer saber mais sobre amamentação e saúde? Veja nossa matéria sobre dieta saudável para o período de amamentação.