A vida das domésticas vem mudando significativamente já há alguns meses com as novas leis que organizam o serviço que elas fazem. Ter uma empregada doméstica em casa hoje já não é tão simples como em alguns anos atrás. A profissão vem sofrendo diversos ajustes para que ela possa ter os mesmos direitos que qualquer outra profissão.
Índice
Há alguns anos
A profissão de empregada doméstica levou muitos anos para ser regulamentada. Na verdade, elas só começaram a aparecer no mercado quando as mulheres começaram a sair de casa para conseguir o pão de cada dia. Em 1960, o serviço doméstico já começou a ser passado para as mãos de desconhecidas mas, era possível ver muitas mulheres como donas de casa. Mas, quando as mulheres perceberam que elas precisavam ter o próprio dinheiro e que muitas vezes tinha que ser mães e chefes de família, foi preciso se adaptar.
E venhamos e convenhamos, fazer o serviço de casa é um trabalho constante e repetitivo. Todos os dias é preciso, pelo menos, varrer o chão, passar produtos de limpeza e tirar a poeira dos móveis. Ainda tem pela frente as 3 refeições principais da família, sem contar com a parte mais trabalhosa que é ficar de olho nas crianças e ajudar na tarefa de casa. Todas essas tarefas, que antes pertenciam às mães, hoje são das empregadas domésticas.
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A importância das empregadas domésticas
Quando a PEC das Domésticas foi apresentada em março de 2013 muitas mulheres entraram em pânico, pena que muitos maridos também não entraram. Afinal de contas, nenhuma das mulheres queriam deixar a sua carreira para voltar a cuidar da casa. Antes da PEC as domésticas tinham jornadas muito além das 44 horas semanais. Chegavam antes das 8 da manhã para preparar o café da manhã e saiam bem depois das 18 horas pois, depois do jantar, era preciso deixar tudo em ordem.
Agora, para que esse horário se permanecesse era preciso pagar hora extra. Além dos gastos já naturais como previdência e FGTS, como pagar também pela hora extra? Uma confusão se estabeleceu entre os casais: quem vai cozinhar e cuidar da casa? Se os homens acharam que as mulheres voltariam para a cozinha se enganaram. Agora que os dois trabalham e precisam manter a casa a divisão de tarefas teve que entrar em ação.
Regras de empresa dentro de casa
Relógio de ponto, descontar atrasos, faltas e tantos outros direitos e deveres que são bem típicos de empresa, como colocar um regime desses dentro da própria casa? A relação entre patroa e empregada doméstica é uma relação de intimidade e isso se faz presente principalmente, na relação com os filhos da dona da casa. E se por acaso ela perder a paciência com as crianças? Como as patroas poderão se defender disso?
Outro porém é a questão da alimentação. Nas empresas existe o vale-refeição que é um tipo de acordo entre empregados e empregador no qual cada um paga uma porcentagem da alimentação. E no caso da empregada doméstica como seria? Se ela almoça na casa da empregadora e não contribui com a comida que consome ali. São, aproximadamente, 25 dias por mês fazendo todas as refeições com a comida paga por outra pessoa. E quem paga essa conta?
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Amigos, amigos, trabalho à parte
Muitas patroas e empregadas não sabem exatamente como dividir a relação de trabalho. Existem casos em que a doméstica é como se fosse da família e já faz parte dela há mais de 20 anos. Como dar concessões e cobrar obrigações nesses casos? A dona da casa precisa ter consciência de que o que lhe é oferecido é trabalho e a profissional precisa ser paga por isso como qualquer outro emprego.
Quando se fala dos filhos a história é mais complicada porque muitas dessas domésticas que trabalham há anos com uma única família e dedica seu tempo integral a ela. Elas se apegam às crianças como se fossem delas e as crianças têm essas mulheres como uma segunda mãe. Como estabelecer esses limites na cabeça delas pode ser um problema.
Mudança de hábito
Uma mudança no comportamento da família brasileira começou a acontecer com a chegada da nova lei. Agora, é preciso muito mais dinheiro para manter uma empregada doméstica em casa e quando isso não é possível, a alternativa é dividir as atividades entre os chefes da casa. Os homens terão que aprender a fazer os serviços de casa como qualquer outra mulher ou então a convivência não vai dar muito certo.
Já é comum em países mais desenvolvidos que isso ocorra pois, a profissão de doméstica nesses locais já está regulamentada há algum tempo. Em quase 100% dos casos é comum ver domésticas apenas em famílias que possuem uma boa condição financeira que não são tantas assim. Lá, esses serviços básicos aqui são tão bem remunerados como qualquer outro. O melhor seria que os governos descem provimentos suficientes para que as famílias possam pagar por esse serviço.