Melhores amigas são ótimas para celebrar conquistas e boas novas, mas um novo estudo sugere que o melhor de uma melhor amiga aparece quando se está com problemas, em um momento de grande dificuldade.
Pesquisadores dizem que uma análise preliminar dos dados oferece a primeira evidência a longo prazo sobre a importância da amizade: ter uma amizade próxima, que não tenha caráter romântico, pode ser muito benéfica para a saúde psicológica de adultos.
A nova pesquisa será apresentada em uma conferência da Sociedade de Psicologia Britânica, que ocorre anualmente, não tendo ainda sido publicada em uma revista científica. A autora principal, Rebecca Graber, da Universidade de Brighton, conduziu o estudo enquanto estava na Universidade de Leeds.
Para estudar a relação entre amizade e resiliência psicológica, Graber e seus colegas recrutaram 75 homens e mulheres em organizações comunitárias, eventos e sites que oferecem ajuda a adultos socialmente isolados.
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Como foi feito o estudo?
Os participantes foram questionados sobre suas habilidades de se recuperar de um cenário hostil como divórcios, doenças crônicas e mortes de pessoas próximas; seus comportamentos para lidar com isso e auto-estima e com o relacionamento com a pessoa que eles consideram “melhor amiga”.
Um ano depois, eles foram questionados novamente, sobre os mesmos temas. Depois de controlar os níveis anteriores de resiliência, os pesquisadores descobriram que “quanto maior a qualidade da melhor amizade dos participantes, mais resistentes eram um ano depois”, disse Graber.
O estudo não poderia provar que amizades melhores realmente causaram maior resiliência. Mas por causa da extensão da pesquisa por um ano, houve possibilidade de mostrar o que vem primeiro: a amizade forte ou a resiliência. Em outras palavras, não é simplesmente um caso de pessoas resilientes que têm melhores amizades, em primeiro lugar, mas de pessoas que se tornam mais resilientes por terem as melhores amizades.
O próximo passo será refazer o estudo e explorar de forma mais detalhada, fatores como “por que ter um melhor amigo promove a resiliência”.
O estudo também mostrou uma questão interessante: pessoa que informaram ter boa qualidade de amizade apresentaram mais resilliência, independente de ter ou não a mesma pessoa como amiga durante um ano: “Acho que isso levanta questões importantes para os psicólogos sobre superestimar amizades estáveis”.
O estudo focalizou melhores amigos sem considerar irmãos ou cônjuges, mas 79% dos participantes identificaram um irmão ou irmã e 57% um parceiro romântico como a pessoa que consideram mais próxima.
A pesquisa pode também evoluir para a importância de se ter ou não uma amizade forte fora do relacionamento amoroso, mas sobretudo identificar como os relacionamentos sociais se alinham com as necessidades de cada pessoa.
A pesquisadora diz que comunidades organizadas e legisladores podem utilizar os resultados desse e outros estudos similares para desenvolver meios de aumentar a oportunidade para adultos de cultivar amizades, especialmente adultos que são isolados socialmente, como cuidadores ou pessoas com problemas mentais.
E num nível individual, deve-se apreciar as amizades pelos benefícios únicos que o relacionamento com a família, o cônjuge e os colegas de trabalho não dão.
Ao mesmo tempo, Grabber completa, uma pessoa não precisa ser uma borboleta social, pois apenas uma amizade de grande qualidade pode fazer a diferença em como uma pessoa enfrenta tempos difíceis. Nem todas as pessoas são extrovertidas e não precisam ser, então o importante é valorizar o que têm, não se forçar a conquistar um maior círculo de amizades.
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