É normal sentir medo em determinados momentos. Essa sensação é uma reação emocional a um perigo real externo. No entanto, quando esse sentimento passa do limite e começa a atrapalhar a sua rotina, como o medo exagerado de falar em público, de andar avião, de dirigir, de frequentar lugares fechados ou de altura. É um sinal que o seu medo deixou de ser saudável e passou a ser tratado como fobia. Apesar de ambos estarem interligados, eles têm denominações diferentes.
O medo, por exemplo, é uma emoção natural do ser humano. Já a fobia é um nível de medo mais intenso, persistente e irracional de um determinado objeto, animal ou uma situação que representa um grau de ansiedade excessiva, podendo chegar a um ataque de pânico. De acordo com o psiquiatra Deyvis Rocha (CRM – 127821), a fobia é semelhante ao medo, mas nela existe um nível de ansiedade que interfere diretamente na vida da pessoa.
“Quem tem fobia passa a evitar, conscientemente, as situações e os estímulos temidos. Apenas por antecipar em pensamento uma situação fóbica a pessoa pode sofrer bastante e até ter uma crise de pânico. Mesmo que a pessoa saiba o quanto é absurdo o seu medo, isso não chega a alivia os seus sintomas. E isso, obviamente, pode prejudicar o funcionamento da pessoa no seu dia a dia. Esse distúrbio psíquico é mais comum do que se imagina e afeta até 10% da população”, explica o psiquiatra.
Tipos de Fobias
Segundo o psiquiatra, a fobia pode ser classificada em cinco tipos gerais: de animais e insetos, de elementos naturais, situacionais, sociais e de injeções, sangue e ferimentos. Além da glossofobia que está ligada ao medo de falar em público. O psiquiatra Deyvis Rocha revela como cada uma delas age na vida do ser humano:
– Fobia de animais: são inúmeros animais como aranha, ratos, serpente, sapos e até mesmo aos animais domésticos como cachorro e gato. A pessoa que apresenta essa fobia fica em pânico com a presença desses animais.
– Fobia de elementos naturais: algumas pessoas não conseguem sair de casa sem consultar a previsão do tempo, devido ao medo de raios, chuvas e trovões. E quando chovem, elas se escondem dentro de casa ou cobrem-se para sentir mais proteção.
– Fobia social: pode ser identificada quando a pessoa tem um medo acentuado e persistente de “passar vergonha” na frente de outros, de ser humilhado ou passar por situações embaraçosas em várias situações sociais, como: falar em público, comer, beber e escrever diante de pessoas, urinar em banheiro público.
– Fobia situacionais: o medo de andar de avião é tão temido por algumas pessoas que chegam até a recusar empregos. Essa fobia também pode estar associada ao medo de sofrer acidente, de ficar preso dentro do avião, medo de altura, instabilidade ou do avião perder o controle. Em relação a lugares fechados, a pessoa teme muito que haja uma falha mecânica e tem medo de ficar preso em elevadores.
– Fobia a injeções, sangue e ferimentos: essa fobia pode provocar reações sérias. Quando a pessoa entra em contato com sangue, feridas, agulhas, ela tem sensações fortes de náuseas e pode até chegar a um desmaio.
“Durante um ataque de fobia o paciente pode apresentar transpiração excessiva, problemas para controlar os músculos e frequência cardíaca acelerada. Ela passa a evitar situações nas quais pode ocorrer o contato com o objeto temido. Essa atitude pode interferir no trabalho e nas interações sociais”, alerta o psiquiatra Deyvis Rocha.
Tratamentos para Fobias
O uso de medicamentos para amenizar os sintomas de ansiedade pode ser indicado para algumas fobias. “O ideal é uma combinação de remédios e psicoterapia, a qual propõe uma escala de exposição ao objeto, ou situação que causa ansiedade. Essa aproximação do paciente com o objeto ou a situação temida deve ser feita com uma certa frequência. O paciente deve entrar em contato com a fobia pelo menos duas vezes por semana para conseguir obter um bom resultado”, ressalta o médico Deyvis Rocha.
A fobia deve ser tratada quando causar um grande impacto na sua vida. Por exemplo, um pavor de aranhas tem raras chances de prejudicar o desempenho de alguém. Se ela interfere na sua rotina normal ou o impede de executar as tarefas que você gosta, é indicado que procure ajuda médica. Consulte o médico quando a sua fobia causar um pânico intenso e for incontrolável.