O mau hálito costuma ser bem constrangedor, tanto para quem tem como para quem convive. Quem sofre com esse problema muitas vezes não percebe quando está com o cheiro desagradável na boca. Isso pode afetar a vida social, por acreditarem que estão sempre com o famoso bafo. Mas calma, se este é o seu caso não precisa se desesperar!
A halitose, chamada popularmente por mau hálito, não é uma doença e pode ser evitada dependendo da causa. Ela indica que algo no nosso corpo não vai bem. Por isso, siga algumas das nossas recomendações e se o incômodo persistir não hesite em procurar um profissional para te ajudar a se livrar desse problema.
O que causa mau hálito?
As principais causas do mau hálito têm origem na boca, já que toda a região, principalmente a língua convivem com 700 tipos diferentes de bactérias. Elas ajudam no processo de digestão e têm função protetiva. Também chamada de flora bucal, esse conjunto de bactérias quando estão em desequilíbrio exalam um odor forte.
Causas bucais como saburra (placa bacteriana depositada sobre a língua), cárie, periodontite, gengivite, cáseos (placas bacterianas depositadas nas amígdalas), xerostomia (boca seca), correspondem a 90% dos casos.
Mas nem sempre o mau hálito é causado pela falta de higiene bucal, apesar de serem os principais motivos. Em 10% dos casos, o problema pode estar relacionado a algum problema estomacal decorrentes de outros problemas de saúde como:
- Diabetes;
- Problemas renais ou no fígado;
- Úlceras;
- Refluxo gastroesofágico;
- Sinusite;
- Problemas respiratórios;
- Tonsilas (amídalas inflamadas);
- Estresse.
O que fazer para evitar o mau hálito?
- HIGIENE BUCAL: A melhor forma de prevenir o mau hálito é escovar os dentes ao menos duas vezes ao dia, especialmente antes de dormir, usar fio dental para remover os resíduos alimentares, fazer uso do limpador lingual para eliminar células mortas e restos de comida da língua, e fazer visitas periódicas ao dentista para manter a saúde bucal em dia.
- HIDRATE-SE: A ingestão de água garante maior fluxo de saliva, que por sua vez limpa a boca e remove partículas que podem deixar um cheiro ruim. Beba de 1,5 a 3 litros ao longo do dia para estimular a produção de saliva e evitar a boca seca.
- FUMO: Reduza ou dispense o consumo de tabaco, uma das mais de 4 mil substâncias presentes no cigarro. Além do cheiro forte difícil de ser eliminado, as substâncias presentes em cigarros, charutos e cachimbo também causam diminuição do fluxo salivar, que acarreta um hálito desagradável.
- ÁLCOOL: A ingestão excessiva de álcool, assim como o fumo, diminui a salivação, deixando a boca seca. Procure diminuir ou até abster-se do consumo.
- ENXAGUANTE BUCAL: usá-lo em excesso pode causar efeito contrário, isso porque dependendo da composição do produto, as substâncias podem provocar o ressecamento da boca.
- JEJUM E ALIMENTAÇÃO: Não fique muito tempo sem comer, pois a falta de glicose no corpo aumenta os corpos cetônicos, que causam mau hálito, de acordo com a Abha (Associação Brasileira de Halitose). Alimente-se de 3 em 3 horas de preferência de forma saudável. Uma dieta rica em fibras e carboidratos, podem ajudar a minimizar o problema. Ingredientes fortes como cebola, alho e condimentos podem contribuir para o mau hálito.
A halitose é tratável em 90% dos casos, além dessas recomendações acima é possível estimular a glândula salivar por meio de medicamentos ou laserterapia.
Dependendo da gravidade do caso, o organismo pode estar carente de algum nutriente. Neste caso um nutricionista pode ajudar indicando uma dieta equilibrada com as doses certas de carboidratos, gorduras, proteínas, vitaminas e minerais necessários.
Quando se trata de idosos, o envelhecimento pode predispor o mau hálito devido as mudanças fisiológicas no tecido bucal. Soma-se isso ao uso continuado de medicamentos que podem afetar o fluxo da saliva. E ainda as dificuldades para os movimentos da escovação.
Se você se encaixa neste grupo ou é responsável pelo cuidado de um idoso, fique atenta à higienização bucal dos dentes, bochecha, língua e agende consultas periódicas ao dentista a cada seis meses ou no máximo 1 ano.
Como identificar o mau hálito
Uma forma de saber se está com mau hálito é cobrir a boca e o nariz com a mãe e exalar, para sentir o odor. Porém, muitas pessoas relatam não perceber o mau cheiro que emana da boca. Isso acontece em razão da chamada fadiga olfativa, quando o nariz se acostuma com o cheiro. Assim como quando passamos perfume, depois de um tempo não detectamos sua intensidade.
Outra forma de saber se está com mau hálito é perguntar a alguém de confiança como está o seu hálito ou então se atentar a outros sinais. Observe a superfície da língua, se ela estiver acumulando uma camada espessa de sujeira, não só o odor é alterado, mas também o paladar.
Além disso, você pode observar sangramento, inchaço e vermelhidão nas gengivas, além da sensação de boca seca. “A saliva é um enxaguante bucal natural, que não só enxágua como remove a sobra de alimentos, e ainda contém proteínas antifúngicas, antibacterianas e antivirais”, acrescenta Débora Heller Douek, professora de odontologia.
Portanto, se o sintoma persistir com a adoção de todas essas medidas de boa higiene bucal, hidratação, redução do consumo de fumo e álcool e adequação da alimentação, procure um dentista para uma avaliação.
O dentista vai aplicar um extenso questionário para investigar as causas do mau hálito, que envolve o histórico médico e odontológico do paciente, sua alimentação, nível de estresse e se necessário poderá realizar testes salivares e exames clínicos. Com base nessas informações o profissional vai recomendar quais as mudanças necessárias.
Não deixe que o mau hálito atrapalhe suas relações sociais nem diminua sua autoestima, investigue a causa, mude o for preciso e seja feliz!