O sistema reprodutor feminino é composto basicamente por dois ovários, duas trompas de Falópio, um útero e uma vagina.
A cada ciclo menstrual um dos ovários libera um óvulo para ser fecundado. Este óvulo é lançado em direção a uma das trompas (que liga o ovário ao útero), e lá fica à espera da chegada de um espermatozoide para uma eventual fertilização.
A laqueadura tubária funciona como método anticoncepcional definitivo porque é um procedimento que causa interrupção no trajeto de ambas as trompas, impedindo, assim, que os espermatozoides cheguem ao óvulo liberado por qualquer um dos dois ovários.
Para muitas mulheres que já têm filhos ou que não têm e não os desejam, a laqueadura pode ser uma opção vantajosa. Também conhecida como ligadura tubária ou ligadura de trompas, o procedimento é definitivo.
No Brasil, a Lei de Planejamento Familiar determina que uma mulher com menos de 25 anos pode fazer o procedimento se tiver pelo menos 2 filhos vivos, enquanto mulheres com mais de 25 anos podem fazer o procedimento sem ter filhos ou com apenas 1 filho.
Há três maneiras de realizar o procedimento:
Índice
Minilaparatomia
É feito um corte acima do púbis, por onde o cirurgião acessa as trompas e as interrompe. É feita com anestesia geral e recuperação parecida com a da cesárea.
Videolaparoscopia
Também é feita pelo abdome, mas com quatro furos (um no umbigo e outros três no púbis) por onde são introduzidas a câmera e os instrumentos cirúrgicos. É feita com anestesia geral e recuperação rápida, com internação mínima.
Colpotomia e histeroscopia
Acesso das trompas pelo canal vaginal. Anestesia não precisa ser geral.
Direitos e deveres
Quando decide pela cirurgia, a mulher entra em contato com um ginecologista/obstetra e é obrigada por lei a aguardar 60 dias.
Se a cirurgia for feita pelo SUS, ela será entrevistada e participará de reuniões com o objetivo de esclarecer sobre o caráter irreversível do procedimento. Se optar pelo procedimento particular, ela não precisa atender a essas reuniões, apenas aguardar o período antes de marcar a data da operação.
Se a mulher for casada, ela deve obter a assinatura do parceiro autorizando o procedimento.
Mitos sobre a laqueadura
A laqueadura não é uma castração: é interrompida a comunicação entre ovários e útero, mas nenhum desses órgãos perde suas funções, os hormônios continuam sendo produzidos e a mulher menstrua normalmente.
A laqueadura não engorda, nem muda o ciclo menstrual. O que ocorre é: muitas mulheres fazem uso de anticoncepcionais antes da laqueadura e, depois da cirurgia, param de tomar os medicamentos, pois já não necessitam deles – então passam por mudanças no ciclo e na menstruação devido a isso.
A taxa de falha da laqueadura é de 0,1 a 0,3 a cada 100 mulheres operadas, considerada muito baixa.
A laqueadura e o machismo
Infelizmente, apesar da lei existir, muitas mulheres que já podem ser submetidas ao procedimento veem seu direito desrespeitado por uma cultura machista que impõe a gravidez contra a vontade da mulher.
É comum ouvir relatos de mulheres com 3 filhos ou mais, desejando a laqueadura, tendo direito a ela e não a obtendo por discordância de médicos.
É possível reverter?
Em caso de arrependimento, em alguns casos a reversão até é possível, mas há riscos e o procedimento é muito mais complexo do que a ligadura das trompas. A taxa de sucesso da reversão é de apenas 20%.
Gostou das informações? Saiba mais sobre contracepção em nossa matéria: diferenças entre os métodos anticoncepcionais!