A Doença de Alzheimer é um dos males em que a disparidade de vítimas aponta para uma maior fragilidade das mulheres, segundo a Associação Americana de Alzheimer (Alzheimer’s Association): o risco de uma mulher desenvolver a doença, aos 65 anos, é de 1 em 6. Os homens apresentam risco de 1 em 11, na mesma faixa etária.
Além disso, são as mulheres quem mais cuidam de outras pessoas atingidas pela demência – cuidadoras, parentes e amigas dos pacientes são, em sua maioria absoluta, mulheres.
No que diz respeito a prevenção da Doença de Alzheimer e tantas outras relacionadas ao comprometimento cognitivo leve pelo público feminino, pesquisadores da Mayo Clinic elencaram quatro atividades que podem proteger o indivíduo contra o declínio cognitivo em geral: uso do computador, artesanato (tricô ou costura, por exemplo), socialização (ir ao cinema ou ao teatro) e jogos.
Foram analisadas 1929 pessoas entre abril de 2006 e junho de 2016. Os participantes, todos acima dos 70 anos, preencheram um questionário sobre atividades estimulantes mentais e quantas vezes a realizavam. Eles receberam um teste neurocognitivo para avaliar se suas funções cerebrais eram consideradas normais.
A cada 15 meses, eles receberam testes. Cada participante foi então classificado como cognitivamente normal ou cognitivamente prejudicado.
Os pesquisadores descobriram que as pessoas que praticavam as quatro atividades citadas uma ou duas vezes por semana tinham menos chance de desenvolver comprometimento cognitivo leve do que aqueles que não se envolviam nessas atividades com tanta frequência.
O uso de computador parece ter o efeito mais notável na proteção da mente. Aqueles que praticavam atividades no computador mais de uma vez por semana tinham 30% menos chance de ter comprometimento cognitivo leve. Aqueles que praticavam artesanato tinham 28% menos risco, aqueles que habitualmente se engajavam em atividades sociais tinham risco reduzido em 23% e aqueles envolvidos em algum tipo de jogo tinham 22% de risco reduzido.
De forma surpreendente, a leitura não reduziu o risco de comprometimento cognitivo leve. Os pesquisadores especulam que, enquanto a atividade promove impulso mental, ela não tem um efeito protetor já que as outras atividades estimulantes também pedem habilidades técnicas e manuais.
E para quem acha que a prevenção começa apenas na terceira idade, uma dica: tais atividades, quanto mais cedo incorporadas ao dia-a-dia, mais auxiliam no afastamento de males cognitivos.
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