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Câncer de Pele: Cuide da sua pele no verão e previna-se

A radiação ultravioleta (UVA, UVB e UVC) produzida pela luz solar em excesso pode causar além de queimaduras, tumores e câncer de pele.

No verão, essas radiações são ainda mais intensas. Segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer), o Brasil deve registrar neste ano 134.170 novos casos de câncer de pele – 62.680 em homens e 71.490 em mulheres. A doença responde por 25% do total de tumores malignos detectados no país e é o tipo de câncer mais comum em pessoas com mais de 40 anos.

De acordo com o dermatologista Fernando Passos de Freitas (CRM-106.504), entre 10 e 14 horas as radiações são mais lesivas a pele, devido à maior quantidade de UVB e UVA.

“As radiações ultravioletas do sol alteram o código genético das células e os mecanismos de defesa que protegem a pele contra lesões malignas”, afirma o médico. A proteção solar é a principal forma de prevenção da doença, os filtros solares reduzem os efeitos da radiação ultravioleta.

Orientações sobre como evitar o câncer de pele

Moça sob o guarda sol aplicando protetor solar. Foto: Freepik

A orientação do Inca é aplicar o filtro solar meia hora antes de sair de casa e reaplicá-lo a cada duas horas. O protetor também deve ser reforçado após mergulhos ou em casos de suor intenso.

Pessoas de pele clara, sensível à ação dos raios solares ou com doenças cutâneas prévias são as principais vítimas do câncer de pele. Em relação ao fator de proteção solar (FPS), a indicação é utilizar, no mínimo, filtro solar número 15. É preciso ainda evitar a exposição ao sol entre as 10h e as 16h.

Protetor solar – Foto: Freepik

Além do uso do filtro, o médico Fernando Passos orienta os pacientes sobre a utilização de chapéus e ao se exporem ao sol em praia ou em clubes, utilizarem barracas grossas, que bloqueiem ao máximo a passagem do sol.

O Inca também aconselha as pessoas a usarem roupas confeccionadas com tecidos que têm proteção solar, produzidos com tecnologia especial. Alguns desses materiais, segundo o órgão, chegam a bloquear 98% dos raios ultravioleta, além de usar chapéus, guarda-sol e óculos escuros.

Câncer de Pele

A doença atinge principalmente as pessoas de pele branca, que se queimam com facilidade e nunca se bronzeiam ou se bronzeiam com dificuldade.

Cerca de 90% das lesões localizam-se nas áreas da pele que ficam expostas ao sol,como face, orelhas, tronco (colo), braços e mãos, embora possa surgir em áreas cobertas como no dorso (costas) e pernas. É mais comum em indivíduos acima de 40 anos, sendo relativamente raro em crianças e negros.

Mulher de costas na praia com alguém aplicando protetor solar em sua pele. Foto: Freepik

Sintomas do Câncer de Pele

Tratamento para o Câncer de Pele

O câncer de pele pode e deve ser tratado, e o diagnóstico precoce é muito importante para se obter a cura. Por isso é importante consultar um dermatologista com frequência. Além disso, o tratamento das lesões pré-malignas, que podem dar origem ao câncer de pele, ajuda a preveni-lo.

Mulher passando protetor solar – Foto: Freepik

O presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Marcus Maia, afirma que, na maioria dos casos, uma cirurgia de pequeno porte é capaz de resolver o problema. Caso a detecção só aconteça mais tarde e a lesão aumente de tamanho, os riscos de mutilação da área afetada são maiores.

“É importante lembrar que proteção solar não é só o filtro solar. Ele, sozinho, não resolve. Proteção solar é um conjunto de atitudes: respeitar o horário de maior insolação; procurar ficar na sombra; e utilizar chapéus e camisetas, principalmente de material sintético como poliéster e poliamida, nas cores vermelha e azul.”

Profissionais mais expostos

Pessoas que trabalham em exposição direta ao sol, como salva-vidas, pescadores e vendedores ambulantes de praia, estão mais suscetíveis à doença e devem redobrar os cuidados. Um levantamento do Inca identificou 19 tipos de tumores malignos que podem estar relacionados ao trabalho, entre eles está o câncer de pele.

Protetor solar – Foto: Freepik

Além dos vilões já conhecidos como amianto, radiação solar e agrotóxicos, o estudo inclui 112 substâncias cancerígenas identificadas no ambiente de trabalho, como poeiras de cereal e de madeira.

O estudo mostra também que os casos mais comuns da doença relacionada ao trabalho são leucemia, câncer de pulmão, no nariz, de pele, na bexiga, na pleura e na laringe.

De acordo com a coordenadora do estudo, Ubirani Otero, o documento serve como alerta para a população, sobretudo, os trabalhadores e para as autoridades, que devem reavaliar as políticas públicas hoje existentes. Ela explicou que a relação câncer e trabalho no Brasil está subdimensionada, o que prejudica o plano de ação de enfrentamento ao câncer.

“É importante que o médico pergunte sobre o tipo de ocupação do paciente com câncer e que as pessoas prestem mais atenção a que tipo de substâncias estão expostos no seu dia a dia e que informem aos seus médicos sobre isso”.

Corpo feminino posando para a foto em um ambiente que remete ao verão. Foto: Freepik

Resultados do estudo

De acordo com o estudo, cerca de 46% dos casos de câncer relacionados ao trabalho não são notificados por falta de mais informação a respeito. Dos 113,8 mil benefícios de auxílio-doença por câncer dados pela Previdência Social, apenas 0,66% estava relacionado como tendo relação ocupacional.

Em países com mais pesquisas sobre o tema e políticas públicas voltadas para o câncer relacionado ao trabalho, como Espanha e Itália, casos de câncer ocupacional variam entre 4% e 6% do total de cânceres e na maioria das estimativas dos países industrializados esse tipo de câncer corresponde a uma média de 5% dos casos da doença.

Assim, para o o diretor do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde, Guilherme Franco Netto, a publicação é inédita e mostra o tamanho do desafio para os trabalhadores, gestores do Sistema Único de Saúde, do Ministério do Trabalho, da Previdência no diagnóstico, na prevenção, assistência e vigilância nessa área.

“Esse documento permite que organizemos integradamente [governos e órgãos de saúde] os conjuntos de ações para combater o câncer relacionado ao ambiente de trabalho. Hoje, as medidas são muito pontuais.”

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