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Sai Pra Lá: aplicativo denuncia o assédio nas ruas

Quantas de nós já não nos sentimos constrangidas ao passar nas ruas e um homem falar palavras indelicadas ou grosseiras, gritar “gostosa” ou mexer no seu cabelo ou até mesmo no seu corpo? As estatísticas são terríveis: 98% das mulheres brasileiras já disseram que sofreram assédio nas ruas.

Infelizmente, isso é apenas uma resposta a nossa cultura machista na educação dos meninos. Muitos dizem que é “instinto masculino”, mas todas nós sabemos que apenas uma simples falta de educação. Nós temos todo o direito de andar nas ruas sem ter o nosso espaço pessoal invadido, sem nos sentirmos constrangidas.

Mulher fazendo sinal de “pare” com as mãos. Foto: Freepik

Aplicativo Sai Pra Lá

Foi pensando nisso que uma adolescente, a estudante Catharina Doria , que na época tinha 16 anos, criou um aplicativo chamado Sai Pra lá. O grande objetivo do aplicativo é de mapear os casos de assédio nas ruas e assim, informar a outras mulheres o que esperar quando passar por determinados lugares.

Catharina era muito nova quando teve a ideia e decidiu investir nela e teve muito mais maturidade que muitas mulheres adultas. Ela já estava cansada de ser chamada de gostosa nas ruas de São Paulo, de não poder caminhar tranquilamente, além disse, tinha medo da retaliação caso falasse algo com o agressor.

O aplicativo virou sucesso absoluto. A página do Facebook, em apenas 2 dias alcançou 12 mil fãs e o aplicativo registrou 2.126 mulheres que colocaram o boca no trombone e não tiveram medo de dizer que foram assediadas em via pública. A tecnologia está ajudando, cada vez mais, na defesa das mulheres contra a violência masculina.

Como usar o aplicativo

Para instalar: você pode encontrar o aplicativo no Google Play ou no App Store do iPhone. A busca deve ser realizada com o termo “saiprala”. Isso mesmo, tudo junto. Basta selecionar e escolher o botão “instalar” e “aceitar”.

Agora, basta abrir o aplicativo. Não é necessário fazer nenhum tipo de cadastro já que o registro é feito de forma anônima. Você será automaticamente direcionada para o mapa da sua cidade (é necessário que o GPS do seu celular esteja ativado) e selecionará o botão “fui assediada”.

Mulher fazendo sinal de “pare” com as mãos. Foto: Freepik

Veja como a prática do assédio no trabalho pode impedir o progresso da mulher.

Depois é a hora de colocar o endereço e a cidade onde isso aconteceu. Posteriormente será preciso selecionar o turno (manhã, tarde, noite ou madrugada) e logo em seguida, o tipo de assédio sexual que sofreu: verbal, sonoros, físicos ou indefinidos. Você também poderá ver outros pontos da cidade no qual há registros de assédio.

Ao final do registro, o aplicativo pede a idade, o seu nome e o endereço de e-mail, mas quando você chegar nessa tela o seu registro já foi realizado. Esses dados não são obrigatórios. Quem quiser preenchê-los pode fazê-lo com o intuito de melhorar os dados e de ajudar a prevenir mulheres e na coleta de maiores informações.

Melhorias

O aplicativo ainda está passando por algumas melhorias e a criadora disse que a pretensão é de adicionar outros locais como assédios no ônibus, no metrô e até estupro. Ele também está apresentando alguns problemas como travamento e o de “fechar sozinho”. Isso acontece porque Catharina não imaginava que o número de acesso seria tão grande, mas ela e sua equipe já estão providenciando melhorá-lo também nesse aspecto.

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