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Você sabe o que é o parto humanizado?

O parto humanizado é um termo que ganhou popularidade recente, com discussões e regras sendo apresentadas. Mas o que é o parto humanizado? Em primeiro lugar, não é um produto, um pacote pronto: é um processo.

Ele afasta a mecanização do parto, a hospitalização do nascimento, devolvendo à mulher a naturalidade e instinto que foram deixados de lado em nome de procedimentos formatados.

O Brasil é líder em partos por meio de cesárea: 52% dos partos são feitos por cirurgia na rede pública, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda um índice de 15%. Na rede privada o índice sobe para quase 90%.

Mulher grávida acariciando a barriga. Foto: Freepik

A humanização do parto considera que a fase da gestação e do parto em si são fisiologicamente perfeitos, ou seja, apenas 1/5 das mulheres apresentam dificuldades severas nesse período que precise de cuidados médicos. O papel da obstetrícia é, por essa visão, o de acompanhamento, não de aperfeiçoamento do processo para facilitar a vida do médico.

Com essa visão, o parto humanizado tenta devolver à mulher gestante o protagonismo, tornando sua experiência mais confortável, mas sem tirar dela o domínio e a capacidade de gerenciar o próprio desenvolvimento e de seu bebê.

Aproveite e confira nosso artigo especial sobre os sintomas da gravidez.

O plano de parto

O parto humanizado propõe um plano de parto, onde imprevistos são pensados com antecedência, deixando para a mulher e futura mãe o poder de decisão sobre fatores relacionados ao seu corpo e seu bebê, além de conscientizar a equipe que a acompanha que sobre essas escolhas.

Muitas mulheres são vítimas de violência obstétrica, que não é só a violência física: por exemplo, quando o médico marca uma cesárea e, algum tempo antes da cirurgia, a mulher entra em trabalho de parto – em condição ideal para um parto normal.

Ao invés de fazer o parto normal seguindo o corpo da mulher, a equipe médica que a recebe no pronto-socorro a faz aguardar, fica discutindo detalhes de convênio médico, atrasa o parto para que o médico não perca o pagamento pelo procedimento e acaba fazendo a cesárea mesmo contra a vontade (e o corpo) da mulher.

O stress gerado por essa agressão traumatiza a mãe e o bebê, gerando consequências para toda a vida. Com variações aqui e ali, muitas mulheres  já passaram por situações como a descrita acima ou sabem de amigas, irmãs, colegas de trabalho que passaram por isso.

O plano de parto permite que a mulher escolha o que é melhor para ela, sem perder de vista o trabalho médico de prevenção e diminuição de riscos.

Mas questões relacionadas a permanência do companheiro ou acompanhante antes, durante e depois do parto, amamentar logo após o nascimento, anestesia e analgésicos – tudo isso pode ser colocado no plano de parto conforme o desejo da mulher gestante.

Mulher grávida sentada na cama. Foto: Freepik

A doula e o acolhimento da gestante

Há também o papel da doula: acompanhantes profissionais de parto, que oferecem conforto físico e emocional para a gestante em qualquer fase da gravidez e no parto.

Elas podem desde ajudar a gestante com exercícios de relaxamento e fortalecimento muscular que facilitem o parto, até auxiliar na comunicação entre equipe médica e gestante, sendo um canal de comunicação acolhedor que protege a gestante da frieza e agressividade dos termos e postura médica.

Em 2015 o Ministério da Saúde oficializou procedimentos de humanização do parto em toda a rede de saúde pública nacional e no SUS o parto normal é feito com frequência, mas os relatos de agressões verbais e físicas contra as gestantes na hora mais importante de suas vidas aparecem o tempo todo. Nos convênios, os médicos ganham mais por parto cesárea, por isso é quase impossível ter um acompanhamento que estimule o parto normal.

Conhecer e confiar na equipe que vai auxiliar no parto humanizado é primordial. Infelizmente, planos de saúde e o SUS são campeões em termos de violência obstétrica.

Já conhecia o parto humanizado? Deixe seu comentário abaixo!

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