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Transtornos alimentares: Saiba como identificar

Vivemos em um mundo onde cada vez mais os padrões de beleza se tornam uma exigência da sociedade, e muitas vezes nos assustamos com as notícias que temos através dos meios de comunicação. Pessoas por todo mundo morrem por questões estéticas em uma busca incansável por adaptação e aceitação social.

Nos últimos trinta anos os padrões expostos pela mídia chegaram ao da extrema magreza e a disseminação de uma necessidade do corpo perfeito muitas vezes se torna o pior pesadelo de muitos pais através do mundo. Os mais atingidos pelos transtornos alimentares são jovens, adolescentes e até mesmo crianças, que em uma luta contra o próprio corpo chegam a adquirir formas esqueléticas, consideradas pela sociedade atual, o padrão de perfeição física. Muitas vezes para atingir estes objetivos, jovens e crianças recorrem a dietas pesadas, excesso de exercícios físicos, vômito provocado e até mesmo isenção total de alimentos.

Entre os transtornos mais conhecidos e que mais assustam aos pais estão a anorexia, bulimia e vigorexia, porém todos eles, por mais diferentes que sejam uns dos outros, partilham de algumas semelhanças, como preocupação exagerada com o corpo e uma visão distorcida da realidade diante do espelho e todas podem levar a morte.

Anorexia

Um dos mais conhecidos e temidos distúrbios, a anorexia pode começar de forma quase imperceptível, com a necessidade exagerada de perder peso, dietas rigorosas e uma autoimagem muito distorcida podem evidenciar o princípio desta doença que vem vitimando muitos jovens nos últimos anos.

Ainda no ano de 2010 este transtorno se tornou ainda mais conhecido devido à morte da modelo francesa Isabelle Caro, que se em sua luta contra a anorexia e para conscientizar pais e jovens sobre os riscos da doença havia posado nua.

Esse transtorno alimentar é caracterizado principalmente por uma grande perda deliberada de peso e um grande medo de engordar mesmo que estejam já abaixo do peso. Aqueles que sofrem desse grave distúrbio apresentam uma visão alterada da realidade e do próprio corpo, sempre se vendo como se estivessem obesas.

Uma doença que pode ser considerada principalmente psicológica, mas geralmente tem como pano de fundo alguns traumas, rejeição social e problemas de ajuste familiar. Mesmo sendo um distúrbio grave e mortal, leva o apelido de Ana por aqueles que sofrem do distúrbio, chamadas anoréxicas ou anorécticas.

Este distúrbio costuma matar de maneira lenta e silenciosa e na grande maioria das vezes atinge jovens que estão na idade entre 15 e 25 anos, mas casos já foram diagnosticados em crianças de até 12 anos de idade, que acabam aderindo a esta dieta mortal em busca do corpo perfeito. Este transtorno alimentar também afeta o metabolismo e até mesmo o crescimento e desenvolvimento do corpo, já que costuma aparecer quando a anatomia começa a mudar e as curvas a se desenvolver uma vez que o corpo se prepara para entrar na fase adulta.

Quem desenvolve anorexia acaba criando uma enorme fobia de engordar, chegando a passar dias sem comer e sentindo culpa ao não resistir à fome e comer, mesmo que pouco. Estudos científicos apontam que esta seria a doença psiquiátrica mais mortal existente, sendo que ocorrem três vezes mais mortes por anorexia do que por esquizofrenia, e duas vezes mais que em casos de transtorno bipolar.

Outro ponto assustador apontado por esta pesquisa está no risco de morte muito mais elevado do que em pessoas saudáveis. Sendo que o risco aumenta em três vezes, quando diagnosticada antes dos 15 anos, se comparado com pessoas saudáveis da mesma faixa etária.  Dez vezes, quando diagnosticada entre 15 e 19 anos.  Dezoito vezes, quando diagnosticada entre 20 e 29 anos e seis vezes, quando diagnosticada com 30 anos ou mais.

Outros sintomas de anorexia são sentimento de culpa ou autodepreciação por ingerir alimentos, hiperatividade e exercícios físicos em excesso, perda da menstruação, muita sensibilidade ao frio e mudanças graves de humor, tais como irritação e tristeza extrema e, em alguns casos, insônia.

Bulimia

Da mesma forma que a anorexia, a bulimia é um transtorno alimentar grave e que pode matar. Alguns estudos apontam que seja causada por diversos fatores biológicos, psicológicos, sociais, culturais e familiares, porém, diferente da anorexia, os casos de bulimia há muitas vezes a ingestão exagerada e compulsiva de alimentos.

Após a ingestão compulsiva, métodos compensatórios costumam ser usados, como o vômito induzido ou uso de laxantes e diuréticos, além da pratica de exercícios mais intensos como forma de evitar o ganho de peso. Este transtorno alimentar costuma ser mais difícil de diagnosticar, pois não há perda de peso, isso somado ao fato de que a grande maioria dos pacientes não consideram a bulimia como doença ou escondem os sintomas devido a vergonha que sentem por seus corpos e por terem que recorrer a esses meios de compensação. Aqueles que sofrem desse distúrbio também evitam qualquer lugar em que seja preciso expor seus corpos.

Um transtorno alimentar que costuma ocorrer principalmente em garotas adolescentes, sendo que as estimativas de Bulimia Nervosa variam de 1 a 3% das mulheres adolescentes e no início da vida adulta, sendo que 90% dos casos são de garotas jovens de classe média ou alta. Geralmente atletas, modelos e bailarinas.

Casos em crianças são extremamente raros, ao todo foram identificados apenas 70 casos em todo o mundo. Já entre homens o índice costuma ser entre apenas 4 a 13% da população total de pacientes que apresentaram o transtorno, costumando aparecer entre os 21 e 24 anos de idade.

Para diagnosticar a bulimia é necessário cuidado e acompanhamento médico, pois outras doenças podem apresentar a compulsão por comida característica deste transtorno, entre eles epilepsia, tumores no Sistema Nervoso Central e transtornos de Borderline. Um dos sintomas mais vistos em casos de bulimia é a grande alteração de humor que ocorre após os episódios de vômito induzido. Apesar de mais silencioso, este transtorno é quase tão mortal quanto a anorexia, apresentando metade dos casos de morte em relação a ela.

A bulimia também apresenta como sintomas uma preocupação constante com o valor calórico dos alimentos, erosão do esmalte do dente e mudanças radicais no estado emocional como depressão, tristeza, culpa e ódio por si mesmo.

Vigorexia

Diferente dos outros dois, a vigorexia não se caracteriza pelo medo de ganhar peso, mas a compulsão por ganho de massa muscular. Aqueles que sofrem deste transtorno alimentar estão em busca do corpo perfeito, musculoso e em forma. É caracterizado principalmente pela preocupação com um corpo forte, quem sofre de vigorexia costuma passar horas malhando, muitas vezes em academias, onde diversos aparelhos estão sempre à disposição.

Uma doença que também altera a percepção do próprio corpo e é caracterizada pela baixa autoestima, onde mesmo com o aumento de massa muscular continuam a se ver como fracos e magros, por esse motivo acabam apelando para dietas rigorosamente proteicas e o uso de esteroides anabolizantes. É uma doença que atinge mais aos homens, porém também existem casos de mulheres que sofrem do transtorno.

Os principais sintomas de vigorexia são a preocupação exagerada com o próprio corpo, distorção exagerada da imagem corporal e baixa autoestima, personalidade introvertida, tendência a automedicação, modificações graves na dieta, uso continuo de anabolizantes e exercícios físicos exagerados, sempre em busca de resultados imediatos.

Como tratar casos de transtornos alimentares

Por não serem doenças causadas por fatores biológicos, mas sim emocionais e psicológicos, o ideal é o acompanhamento psiquiátrico especializado, assim como uma mudança no ambiente familiar.

É importante que não haja cobranças exageradas ou criticas vindas dos pais ou parceiros, compreensão sempre será o melhor na hora de ajudar aqueles a quem se ama. Brigas familiares podem apenas piorar o quadro clínico, então é necessário cuidado e muito amor para ajudar aos portadores desses distúrbios. Não há uma cura fácil, mas uma luta constante e que pode durar a vida toda em alguns casos.

Diálogos sobre saúde e sobre os riscos que envolvem manter esses hábitos também podem ajudar, mas é importante ressaltar que é uma doença psicológica, assim como depressão e esquizofrenia, por tanto consulte um psicólogo e peça orientações sobre o como agir.

Afinal, quando o assunto é a saúde e a vida dos nossos familiares e filhos não podemos descuidar. Caso você observe a presença de sintomas que possam indicar algum transtorno alimentar não tenha vergonha de procurar por ajuda profissional.

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