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Estresse tóxico: O que é? Como evitá-lo e quais as consequências?

Você já ouviu falar em estresse tóxico? Tem sentido picos de estresse no dia a dia, desencadeando problemas como dores no estômago ou enxaqueca? Então talvez esteja mais do que na hora de você analisar a situação de uma maneira mais atenciosa e coerente.

E para lhe ajudar a entender esse assunto de um modo mais efetivo, preparamos este guia de hoje. Atente-se para cada detalhe envolvido com este tipo de estresse e, caso você sinta-se identificado, não hesite de buscar ajuda!

Vamos lá?

O que é o estresse tóxico?

Em linhas gerais, podemos dizer que o estresse tóxico é uma resposta à uma situação muito intensa e negativa, que proporciona efeitos físicos em nosso corpo. Além dos disparos químicos de adrenalina no cérebro, o estresse tóxico pode ocasionar sintomas que escorregam para o físico, de fato.

Aqui, podemos mencionar as queimações no estômago, dores de cabeça, insônia e outros distúrbios do sono, compulsão alimentar ou perda de apetite, entre outros fatores. Estes sintomas, diferente do “estresse comum” permanecem vívidos por longos períodos, e não apenas instantes depois de vivermos uma situação estressante.

Mulher com as mãos sobre o rosto. Foto: Freepik

E é justamente nesse prolongamento que “mora o perigo”. O estresse em excesso e sem previsão de findar pode ocasionar quadros de doenças psíquicas e físicas, tornando o dia a dia do sujeito um verdadeiro peso. Tudo isso pode ainda acontecer tanto de forma repentina, quanto gradativa.

É por isso que devemos nos atentar desde os primeiros sinais, como por exemplo: sintomas físicos; sensação de impotência constante; coração acelerado e sudorese; ansiedade excessiva; entre outros sinais que nos apontam um quadro de estresse e, quando prolongados, estresse tóxico.

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Estresse tóxico na infância

Quando ocorre na infância, é preciso ficarmos ainda mais alertas, pois os impactos podem ser ainda maiores.

Normalmente, após um súbito estresse, como exposição à violência, abuso de drogas ou perda intensa em sua vida, a criança pode desenvolver o estresse tóxico.

Assim, essa toxicidade poderá escorregar para um longo período na vida do indivíduo. Estudos apontam, por exemplo, que crianças que foram expostas à situações de dificuldades intensas têm mais propensão para desenvolver problemas com drogas, álcool e até mesmo obesidade.

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Além disso, o estresse tóxico, excessivo e nocivo é capaz de ocasionar problemas na imunidade do organismo. Logo, o sujeito passa a ficar muito mais exposto aos problemas e agentes nocivos externos, ocasionando diversos tipos de quadros intensos em sua saúde.

Quando as crianças se sentem abandonadas, por exemplo, em situações onde os pais estão ausentes maior parte do tempo, o quadro de estresse pode ser muito prolongado. Consequentemente a toxicidade pode aparecer e se espalhar no organismo, gerando assim os quadros que já citamos.

Homem estressado no trabalho, com muitas pessoas em sua volta solicitando serviços. Foto: Freepik

É justamente por isso que os pais precisam se atentar aos seus filhos e os sinais que eles podem estar transparecendo. O estresse é sim natural do ser humano, mas a prolongação pode acarretar em efeitos severos (como o estresse tóxico) e que necessitarão de medidas mais intensas mais tarde.

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Tipos de estresse

Além de compreender o estresse tóxico, é preciso termos em mente que ainda assim existem três tipos que se interligam. Cada qual com suas características e período de prolongação. Abaixo explicamos com mais detalhes:

É claro que quando estamos em um pico de estresse, as sensações são desagradáveis ao organismo e mente. Entretanto, é preciso analisar o quadro com atenção, antes de apontar como estresse tóxico. O melhor caminho sempre será buscar auxílio de um profissional.

Além disso, é muito importante frisarmos que este tipo de estresse é mais comumente encontrado e relatado na infância, quando a criança não possui o suporte e amparo psicológico adequado.

Mulher estressada com as mãos nos cabelos. Foto: Freepik

Sintomas do estresse tóxico

Para que você possa analisar a situação com mais clareza, listamos abaixo quais são os principais sintomas do estresse tóxico. Lembre-se que a intensidade pode variar de pessoa para pessoa, e é por isso que a análise deve ser feita com cuidado e atenção:

  1. Irritabilidade excessiva;
  2. Distúrbios do sono (como insônia ou hipersonia);
  3. Perda da imunidade;
  4. Falta de equilíbrio emocional;
  5. Sensação de perder o controle facilmente;
  6. Dificuldades para lidar com situações difíceis;
  7. Sentimento de impotência;
  8. Sintomas físicos como dor de cabeça, no estômago e até mesmo diarreia, principalmente diante de um gatilho de estresse; entre outros.

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Quais as consequências?

Quando passamos por um longo período de exposição ao estresse, acaba que nosso cérebro fica saturado. Neste caso, as “dores” poderão escorregar para o físico, ocasionando o que chamamos de doenças psicossomáticas. Estas doenças não possuem causas físicas de fato, mas sim, são ocasionadas por questões psicológicas, que aparecem em nosso corpo.

O excesso de cortisol produzido pelo estresse tóxico também pode ocasionar efeitos em nosso organismo. Um exemplo seria o excesso de fadiga, onde a pessoa passa a não sentir mais vitalidade para práticas antes corriqueiras. Consequentemente, o cansaço a consome, fazendo com que a mesma acumule atividades e obrigações.

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Em contrapartida, no caso do estresse tóxico na infância, esta saturação no cérebro poderá desencadear atrasos no desenvolvimento cognitivo e até mesmo físico. Isso porque a sobrecarga tóxica pode atrapalhar diversos vieses de concentração, aprendizagem, adaptação, etc.

E, justamente por isso, é preciso ficarmos atentos aos sintomas do estresse tóxico, além de tentar evitá-lo de maneiras saudáveis.

Psicóloga atendendo criança. Foto: Freepik

Como evitar o estresse tóxico?

Uma coisa é certa: Nós somos seres humanos e, como tais, estaremos sempre expostos à situações que podem nos desencadear episódios de estresse e desconforto. Entretanto, é possível que evitemos alguns problemas, como o estresse tóxico, que é quando estas sensações perduram por mais tempo.

O que isso quer dizer? Quer dizer que o estresse faz parte de nossas vidas e nosso equilíbrio mental. De qualquer forma, é possível melhorar as situações, principalmente quando pensamos de uma maneira mais racional e menos emocional.

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Além disso, ocupar o tempo com atividades que gerem prazer e bem-estar também é crucial para criar uma atmosfera mais tranquila e saudável para qualquer pessoa. Para isso, separamos algumas dicas que podem lhe auxiliar:

Mulher estressada roendo as unhas de maneira nervosa. Foto: Freepik

Dicas para evitar o estresse tóxico

  1. Encontre um hobby: Encontrar um hobby é uma das formas mais interessantes de equilibrarmos o “clima” em nosso dia a dia. Afinal, saber que uma atividade prazerosa nos espera é uma forma de equilibrar quando as sensações estressantes aparecerem. Isso porque você sabe que não será eterno o “problema”. Além de que um hobby pode sempre renovar as nossas energias.
  2. Dê pausas: Muita gente se vangloria de ter rotinas corridas e recheadas de coisas para fazer. Não que isso seja ruim, porém, lembre-se que todo excesso pode estar denunciando uma falta. Por conta disso, é imprescindível que você dê pausas ao longo de suas atividades. Cuidado para não esgotar a sua saúde física em prol de algo como dinheiro, por exemplo.
  3. Cuide de sua saúde física e mental: Cuidar da sua saúde é indispensável para evitar que situações nocivas a sobrecarreguem. Mas, além de tratar a saúde mental, lembre-se de ter uma rotina saudável. Alimente-se bem, faça exercícios, durma com qualidade, tenha momentos relaxantes (como banhos) e etc. Tudo isso poderá inibir que o estresse se prolongue por muito tempo.
  4. Evite situações desgastantes, quando possível: Sabemos que o dia a dia, na vida adulta, não é nada fácil. Passamos por “perrengues” o tempo todo, e isso pode servir de alicerce para o desenvolvimento do estresse tóxico. Sendo assim, procure evitar situações desgastantes, sempre que possível. Por exemplo: Se você não se sente bem em um local, mas apenas vai para agradar alguém, será que vale realmente a pena? Pense sobre o assunto.
  5. Converse sobre o que lhe aflige: Muitas pessoas possuem dificuldades de falar sobre o que causa estresse e o que está as afligindo. Sim, isso é natural, porém, pode custar um pouco caro, desgastando a saúde mental. Dessa forma, o que indicamos é que você sempre tenha alguém para conversar sobre o que pode sobrecarregar a sua vida. Lembre-se que as nossas dores e anseios podem ser gastas com palavras e lágrimas. Além de que quando nós externalizamos, passamos a nos ouvir e entender as situações com mais clareza, melhorando a nossa tomada de decisão.
  6. Saiba dizer não: Um dos maiores inimigos da saúde mental e, consequentemente, um dos melhores amigos do estresse é a nossa dificuldade de dizer “não”. Isso porque passamos a aceitar situações e opiniões que não são interessantes para nós, nos expondo assim a episódios nada agradáveis. Por isso, lembre-se que dizer não é, antes de qualquer coisa, demonstrar respeito ao pedido do outro. Pois se você não quer fazer algo e aceita, possivelmente não fará tão bem, não é mesmo? Reflita sobre isso.
  7. Não se sobrecarregue: Seguindo a ideia de saber dizer não, cuidado para não se sobrecarregar! Lembre-se que você é um ser humano e não precisa aceitar e fazer tudo ao mesmo tempo. Dê tempo ao tempo e faça as coisas dentro do seu limite, sem prejudicar a sua saúde física e mental.
  8. Faça terapia: A terapia é, sem dúvidas, uma das maiores aliadas para combater a tratar o estresse tóxico. Assim você terá uma visão mais aprofundada da sua situação e passará a entender tudo com mais clareza e assertividade.
Mulher cansada e estressada com a mão apoiada no rosto, sentada sobre a cama. Foto: Freepik

Como evitar o estresse tóxico em nossas crianças?

No caso de nossas crianças, o cuidado precisa ser ainda maior. Afinal, você não pode “adivinhar” o que o pequeno está sentindo, mas pode criar uma rede de suporte que o auxilie a externalizar as suas dores e problemas. Veja abaixo algumas dicas:

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  1. Demonstre espaço: Você precisa sempre demonstrar que há espaço para a criança e o adolescente falar sobre o que sente. Isto é, frases como “engula o choro”, ou “para de drama” não são nada interessantes. Ao invés disso, tente exercitar situações do tipo “eu entendo que está doendo, mas estou aqui com você, pode conversar sempre comigo”, e também: “estou ao seu lado e vamos juntos encontrar a melhor solução”, podem ser formas de melhorar a comunicação.
  2. Não force a barra: Apesar de demonstrar espaço, tenha o cuidado de não forçar a barra! Afinal, se você insistir para que a criança fale o que sente, ela pode sentir que está tendo a sua privacidade invadida, e isso poderá desencadear ainda mais estresse e desgaste.
  3. Mantenha uma rotina adequada à idade da criança: Não tente criar um mini robô. Sabemos que essa fala pode parecer grosseira, mas é exatamente isso que as pessoas estão tentando fazer com as crianças nos dias de hoje! Agenda cheia e mil e uma coisas para aprender ao mesmo tempo pode tornar a rotina estressante e desgastante. Cuidado com os excessos!
  4. Converse sobre os assuntos cotidianos: Demonstre que, com você, a criança pode conversar sobre os mais diversos assuntos cotidianos. Desde sobre uma receita, até uma notícia que vocês viram na TV. Isso fará com que, pouco a pouco, ela vá se sentindo mais à vontade ao seu lado. E assim, poderá se abrir com uma facilidade maior.
  5. Observe o comportamento: Observar o comportamento é uma maneira interessante de entender o que está acontecendo e assim poder ajudar a criança ou o adolescente. Para isso, você pode observar se há mudanças súbitas e que tipo de mudança é esta. O semblante também pode servir de termômetro, mas, lembre-se que as dores podem estar escondidas no coração, e assim, o externo não aparenta tanto.
  6. Crie uma atmosfera que inclua a todos da casa: Se você possui uma família grande, tente criar uma atmosfera que inclua todos da casa. O que isso quer dizer? Converse com os outros adultos para que eles interajam com a criança, impedindo que ela se sinta deixada de lado e abandonada. Assim, ela saberá que é importante no seio familiar e poderá se sentir mais feliz por isso.

Em casos mais intensos de estresse tóxico, vamos novamente reforçar a importância da psicoterapia. Um profissional poderá acolher e escutar a criança, evitando que a mesma sinta-se desamparada, por exemplo.

Mulher se alongando depois de se exercitar. Foto: Freepik

Como “reverter” a situação?

Se por acaso você notar que os sinais do estresse tóxico já estão evidentes no seu dia a dia, talvez é o momento de tratar e tentar reverter a situação. Os primeiros passos sempre serão compreender e reconhecer os maiores gatilhos para o estresse, a fim de buscar uma forma de diminuir as situações, sempre que possível.

Além disso, a psicoterapia poderá ser a sua maior aliada. Afinal, você conseguirá compreender a situação de uma forma mais aprofundada. Assim, é possível reconhecer os gatilhos, os momentos em que o estresse se torna mais intenso, etc. Tudo isso para que você possa trabalhar com a ressignificação destes episódios.

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Mas, em paralelo a isso, você pode criar uma atmosfera mais saudável para o seu dia a dia, investindo em atividades que possam gerar prazer e bem-estar. Por exemplo, um banho relaxante, uma caminhada, um dia de SPA, entre outras atividades. Você precisa aprender a equilibrar as sensações no dia a dia.

Afinal, nem tudo é sempre confortável e fácil, como também nem sempre deve ser difícil e estressante. A nossa vida deve ser vivida a base de equilíbrios e não excessos, para que assim, o estresse tóxico não faça parte de nossa rotina.

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Quais profissionais podem me ajudar?

Existem dois profissionais que podem lhe ajudar quando você se depara com o estresse tóxico no seu dia a dia. São eles:

Tudo isso com o objetivo de gerar mais qualidade de vida e equilíbrio para a vida do sujeito que está sofrendo com o estresse tóxico.

E, de qualquer forma, lembre-se que medicação e psicoterapia precisam caminhar juntas, afinal, apenas medicar pode deixar de lado a possibilidade de trabalhar as causas do estresse. E isso poderá apenas adiar a resolução do problema.

Mulher sentada com a mão na boca e segurando agenda Foto: Freepik

Como usar o estresse ao meu favor?

Além de tudo que já discutimos sobre o estresse tóxico, é preciso que você comece também a enxergá-lo como um meio de fortalecimento. É claro que não a toxicidade, obviamente, mas sim, o estresse em sua essência.

Afinal, este tipo de reflexo do organismo serve para nos deixar alerta e pronto para o que der e vier. Logo, estamos mais ativos e propensos a focar e impedir que coisas “ruins” aconteçam. Portanto, por que não usar isso ao nosso favor, não é mesmo?

Tente sempre mentalizar que as situações de estresse vão sempre existir, mas, que cabe a você tentar enxergar os ensinamentos por trás dela. Além disso, quando você notar a sua respiração acelerando, tente mentalizar que dessa forma ela está levando mais oxigênio para o seu cérebro, e assim por diante.

Todas estas pequenas mudanças poderão diminuir as sensações negativas do estresse, trazendo novas perspectivas e até possibilidades de enxergar o dia a dia. Procure sempre tentar pensar mais racionalmente, e enumere tudo o que precisa ser feito para concluir algo que está lhe estressando. Isso facilitará muito o seu dia a dia.

Siga todas as nossas dicas e lembre-se: A sua saúde mental é mais importante que outra coisa e, como tal, precisa ser cuidada de maneira atenciosa. O estresse tóxico é desgastante, mas pode ser evitado e superado. Cuide-se!

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